Cara a Cara: Clarissa

A artista carioca explora as várias faces do amor em seu primeiro EP e videoclipes inéditos

Com apenas 22 anos, Clarissa Müller, aka clapivara, como é conhecida na internet, lançou seu EP de estreia, intitulado Clarissa, com cinco músicas autorais. A atriz de Ana e Vitória (2018) e Me Sinto Bem Com Você (2021) viaja em melodias leves no estilo pop alternativo e contemporâneo em seu mais novo projeto musical, já disponível em todas as plataformas digitais.

Suas canções refletem um lado extremamente honesto e sensível da artista, que canta em um toque inconfundível sobre o amadurecimento e o amor, em suas diferentes formas: simples, doloroso, apaixonante e difícil de esquecer. As duas faixas que ganharam videoclipes, Bem Me Quer, Mal Me Quer e O Vento Leva, O Vento Traz, traduziram a essência intrínseca à Clarissa, das paixões às desilusões. Se você não conhecia o seu trabalho, chegou o momento de viver uma experiência incrível ao escutar o EP pela primeira vez. Confira nossa conversa com a cantora e compositora sobre as entrelinhas de sua obra autoral.

WHIZ: Clarissa, encontrar a identidade de suas composições em uma melodia foi um movimento novo. Como foi esse processo para você e quais foram suas principais inspirações?
Clarissa: Foi um processo que tomou seu tempo, experimentamos algumas coisas e acho que conseguimos encontrar, nesse primeiro momento, algo que pelo menos começasse a contar a história do meu trabalho, como cantora e compositora. Minhas principais inspirações de estética e composição foram Beabadoobee, ANAVITÓRIA, Rubel, Oswaldo Montenegro, Billie Eilish…

WHIZ: Você assina o roteiro do videoclipe de Bem Me Quer, Mal Me Quer, ao lado de Matheus Sodré. Como foi expandir o aspecto da linguagem visual em uma de suas composições?
Clarissa: Fazer o clipe ter sentido quando colocado ao lado da música era muito importante para mim, não queria que fossem duas coisas diferentes. O tom sarcástico e leve ficou muito por conta da direção do Matheus e acho que ele conseguiu encontrar e me ajudar a comunicar exatamente o que eu queria.

WHIZ: O EP viaja por diferentes narrativas sobre as várias faces do amor. Sua carreira como atriz amparou a construção dessas histórias e o contato delas com a música?
Clarissa: Com certeza, meu processo como atriz abriu muitas coisas dentro de mim que eu não percebia antes, e isso foi muito importante nas músicas. Acredito também que fazer dois grandes papéis de personagens LGBTQIA+ tirou muita coisa guardada dentro de mim.

WHIZ: O que significa para você a possibilidade de se tornar um símbolo para pessoas da comunidade LGBTQIA+ da nova geração? Em uma questão de sensibilidade ao retratar essas paixões.
Clarissa: Espero sempre poder influenciar da melhor forma possível, e que entendam sempre que sou humana, pode ser que eu tropece em algum momento. Seria incrível poder ser um exemplo positivo para pessoas que fazem parte do mesmo grupo que eu, a gente precisa muito se apoiar e se ajudar.

Foto: Divulgação

WHIZ: Sua última estreia nas telinhas acaba conversando muito com essa temática do amor. Me sinto bem com você (2021) e as cinco histórias de relações no isolamento social refletem, não somente o novo momento do audiovisual, como também dos relacionamentos. Como foi para você o retorno para a frente das câmeras em um período de instabilidade e o trabalho ao lado de outros grandes nomes do cinema nacional?
Clarissa: Foi muito louco falar sobre um momento que não era ainda passado, era o que eu estava vivendo também. Foi tudo muito catártico: os ensaios por Zoom, utilizar a máscara PFF2 o tempo todo, almoçar todo mundo separado… me senti muito segura e ao mesmo tempo com muito receio de entender como seria atuar dessa forma. Mas, a experiência foi bem melhor do que eu pensei e acho que o filme ficou muito lindo e sensível, me vi muito ali em muitos personagens diferentes.

WHIZ: Após essa estreia que conquistou muitos corações, quais projetos podemos aguardar para o futuro?
Clarissa: Ainda temos muitos planos na minha parte musical, acho que nem começamos ainda. Queria dizer que esse trabalho está muito verdadeiro, muito sincero, tem muito de mim e espero que vocês aí lendo escutem e sintam isso também, e depois me contem o que acharam.

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