Conhecendo o livro “Refugiados”, de Alan Gratz

Best-seller narra história de três crianças em busca da liberdade

Publicado em 2017, a ficção histórica envolve fatos que realmente aconteceram, com personagens que visam passar para o leitor a sensação real dos eventos trágicos abordados. Best-seller pelo The New York Times, “Refugiados” apresenta três narrativas que estão ligadas entre si: Josef, menino judeu, na Alemanha nazista de 1939. Isabel, cubana, nos conflitos de 1994 e Mahmoud, sírio, na Guerra Civil Síria de 2015. Todos crianças em busca da liberdade.

Josef Nandau conviveu com a realidade nazista ao seu redor. Ser judeu, considerado uma afronta na época, despertou a ira da polícia alemã. Graças a intolerância, Josef viu sua casa ser invadida e seu pai ser enviado para um campo de concentração. Sua mãe precisou reunir forças e levar Josef e Ruthie, a caçula, para o navio de Hamburgo a Cuba. Durante esse período, Josef se viu na necessidade de amadurecer rapidamente e tomar as rédeas da família.

A história de Isabel Fernandez começa na Cuba de Fidel Castro. A moradora de Havana vê sua realidade mudar completamente após seu pai participar de um motim, que protestava contra violações dos direitos civis por parte do governo. Com medo da retaliação, sua família e a de Ivan, seu melhor amigo, partem com um pequeno barquinho improvisado rumo à Miami, nos Estados Unidos. Em uma viagem completamente perigosa, todos os navegantes enfrentam sérios riscos à vida, além da guarda americana.

O sírio Mahmoud Bishara é apresentado em plena Guerra Civil Síria em andamento. Com sua família, Mahmoud passa pelas turbulências do Oriente Médio com o prédio onde vive sendo bombardeado, na cidade de Aleppo. Desesperados pela situação e ansiando por uma vida melhor, a família busca conforto e paz na Alemanha. Entretanto, o trajeto é desafiador. O autor apresenta como realidade um povo que precisa atravessar todo um continente para chegar ao seu destino.

Capa do livro “Refugiados”, de Alan Gratz

A forma como Alan Gratz conseguiu conectar as três histórias foi, no mínimo, surreal. Quanto mais se lê, mais vontade se tem de pesquisar, entender e aprender. Um livro que traz mapas, que conta detalhadamente cada derrota e cada vitória dos personagens. Gera aquele apego ao ler qualquer história fictícia. Entretanto, ao ver que são cenários reais, tudo se torna ainda mais intenso. Gratz estudou minuciosamente cada acontecimento durante a produção desse livro, que vale a pena ser lido por todo e qualquer estudante, por toda e qualquer pessoa. “Refugiados”, com certeza, vai mudar a forma como você vê o mundo.

“Se você era visível ou invisível, era tudo sobre como as outras pessoas reagiam a você. Coisas boas e ruins aconteceram de qualquer maneira. Se você fosse invisível, as pessoas más não poderiam machucá-lo, isso era verdade. Mas as pessoas boas também não poderiam ajudá-lo.”

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