Reality Show é um gênero de programa de televisão baseado na vida real.

Por dentro dos realities

Como os confinamentos afloram o que há de verdadeiro em nós

Câmeras por todos os lugares. Meses com pessoas desconhecidas e um prêmio que faz qualquer um abrir mão da sua rotina. Esse é o roteiro dos reality shows que bombam nas televisões por todo o mundo. Com um público fiel acompanhando a cada segundo do dia, será que o conteúdo apresentado, de fato, são atitudes reais e espontâneas ou tudo faz parte de um texto pré-pronto?

Como foi visto no período pandêmico, o confinamento mexe com a química cerebral do ser humano. Em um confinamento televisionado, as situações que as pessoas são submetidas faz com que se intensifiquem ainda mais os resultados dessa mudança no organismo. Dentro de um reality show, o instinto animal é potencializado, e o público o estimula com a audiência em massa.

Casos recentes como o da cantora Karol Conká, no “BBB 21”, e da advogada Deolane Bezerra, em “A Fazenda 14”, exemplificam como os confinamentos potencializam nossa essência. Mulheres com temperamentos fortes e atitudes polêmicas, ambas movimentaram seus realities e as redes sociais. Com muitas confusões, suas atitudes trouxeram à tona os questionamentos a respeito de como esse tipo de programa afeta quem participa e quem o consome.

Logo no início do game, os participantes tendem a serem mais suaves e tranquilos, analisando o local e as pessoas. Começa-se, então, a formarem os grupos com quem tem mais empatia e afinidade. A partir daí, dá-se início ao que chamam de “análise política”, é necessário que elimine os demais participantes, mas, se mantendo a salvo. Em um jogo, não existe a possibilidade de ficar amigo de todo mundo. Com isso, hormônios à flor da pele são televisionados para os telespectadores, que observam e acompanham como o participante reagirá às dinâmicas preparadas para mudanças no confinamento. Tudo isso colabora com os instintos primitivos que serão apresentados.

Como já citado, dentro dos programas existem dinâmicas que já são esquematizadas pela produção: festas, provas e punições. As festas servem para exposição. São servidas a álcool, para inibir as reações do confinado e gerar entretenimento para quem assiste do outro lado da tela. As provas os lembram que estão em uma competição. O mata-mata pelo prêmio final é a grande razão de todo o processo, e é ele que será o motivo das grandes brigas, que são comentadas por todo o público. Já as punições os deixam vulneráveis e desconfortáveis.

Mascote do programa Big Brother

O Brasil é um grande consumidor desse tipo de entretenimento. Os mais famosos, “Big Brother Brasil” e “A Fazenda”, atraem pessoas de todas as idades, em horário nobre, para a frente da televisão, acompanhar as confusões e as festas dos participantes em confinamento. As redes sociais bombam durante os meses de programa e as emissoras lucram a todo vapor.

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