Tenista Bia Haddad apresenta o projeto Eu Acredito no Esporte, Cidade Jardim, São Paulo, 11/02/2019, Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press

O match point das boas ações

O projeto social que dá esperança para crianças e jovens 

O Brasil sempre cultuou o futebol. Deixamos um pouco de lado grandes esportes e muitos talentos em segundo plano. Um desses esportes seria o tênis, por ter um equipamento caro e de acesso restrito a quadras e professores. Uma pesquisa realizada pelo ministério do Esporte com o IBGE( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2013, com 8.902 entrevistados, mostra que 0,8% praticavam o tênis e 1% entre 15 a 19 anos de idade. Será que falta incentivo?

Na intenção de alterar essa realidade de distanciamento com a população e de unir o esporte com a juventude, surgem muitos projetos sociais. Um deles é o Instituto Próxima Geração, que pensa em estimular a formação e o desenvolvimento de cidadãos, proporcionando um futuro  melhor para crianças de comunidades carentes através do esporte e um espaço totalmente gratuito.

O ex-tenista profissional, Mauro Menezes, e o educador físico, Douglas Santana, são os idealizadores do projeto  e contam como tudo começou: “Primeiro, uma vontade de fazer algo pelo crescimento do tênis e para a sociedade, que coincidiu na intenção da BV em apoiar alguns esportes, com a preocupação direcionada na transformação social através do esporte”.

A dupla comenta como essa ideia pode levar a transformação social: “O contato com o tênis abre algumas oportunidades diretas na vida das crianças, como: jogador, aprendiz, rebatedor, professor, técnico, árbitro, juiz, auxiliar de quadra… e indiretas, como  habilidades cognitivas e emocionais, coordenação, planejamento de carreira entre outros”.

Eles complementam: “Um exemplo seria a Gislaine, que há quinze anos começamos a ajudar, na academia que Mauro era dono. Inicialmente, oferecíamos uma estrutura precária nos treinamentos. A mãe de uma aluna pagava torneios para ela competir, uns davam tênis e outros roupas. Por fim, ela foi ficando no esporte, foi ganhando seu espaço. Conseguimos mandar ela para os Estados Unidos, fez faculdade e hoje segue lá, como coordenadora de um Tennis Camp. Uma menina que veio de uma família super humilde, sem o pai, e que hoje conquistou o mundo. Isso nos faz um bem enorme”.

Beatriz Haddad Maia, de 22 anos, é a tenista número um do Brasil e demonstra todo o seu amor por jogar nas quadras profissionais e nas quadras do Instituto como embaixadora do projeto. “É uma honra estar nessa posição! Sempre quis estar ligada a projetos sociais e quando o Mauro Menezes me apresentou o Instituto Próxima Geração, não pensei duas vezes. O projeto atua com jovens carentes, entre 8 e 18 anos, com o objetivo de transmitir valores morais por meio do esporte, possibilitando assim uma transformação social na vida dessas crianças e adolescentes. O tênis é esse agente transformador dentro do projeto. Quero estar presente o máximo que posso. É muito legal ver o brilho deles nos olhos. É possível fazer a diferença na vida das pessoas”, fala a tenista.

Bia Haddad no Australian Open em 2019                                                                                                           Foto: divulgação

Para finalizar, Bia comenta sobre o futuro do tênis no país: “Esporte não é só saúde, cultuar o corpo. O esporte age em tudo na nossa vida de um modo geral. Através dele, você pode alcançar objetivos nunca antes imaginados. Espero e torço para que seja um futuro próspero, em muita gente trabalhando sério para que isso aconteça. As crianças são o futuro de tudo, não só do tênis”.

O Instituto Próxima Geração é localizado na Av. Padre Tiago Alberione, Parque dos Príncipes, na zona oeste de São Paulo. Para participar é necessário cursar o ensino médio ou o fundamental, entre os 8 e os 18 anos.

Foto: divulgação